O polêmico Unblack Metal Cristão
Para os mais aficionados no Rock n’ Roll, o estilo de música mais pesado e cheio de variações alucinantes é algo comum, mas dentro do contexto cristão, o Rock por si só, não é visto com bons olhos por muitas pessoas que compõem a comunidade e até mesmo por aqueles que apenas a observam de fora. Uma dessas variações é o Unblack Metal.

Para podermos definir o Unblack Metal precisamos falar de suas origens e como o nome já dá a deixa, esta seria o Black Metal. O Black Metal é uma vertente extrema do Heavy Metal e nasceu em meados da década de 80 nos países escandinavos. As principais características do estilo, com certeza, são os vocais rasgados, guturais com sons amplamente distorcidos de guitarras e andamentos rápidos.
Muitos dizem que se trata de um som extremamente agressivo e que se tornam ainda mais quando unidos as suas letras, que usualmente, são relativas a temas como o anticristianismo, satanismo e paganismo (?). Como vocês já puderam ter uma noção, já é um estilo bastante polêmico.
O ritmo alucinante das canções foi ganhando cada vez mais adeptos na Europa e no mundo. Até que em oposição a cena norueguesa de Black Metal, começaram a surgir bandas que atacavam o “anti-cristianismo” através do gênero.
Uma dessas bandas é a Horde. Banda que surgiu no início dos anos 90 e com sua alta influência dentro do cenário, propagou ideias como a da música “Invert the Inverted Cross” ou “Inverta a Cruz Invertida”.
“A cruz de cristo
Virada para baixo
Símbolo de sua suposta derrota
Aqueles na escuridão
Se regozijam nisso
Mas a verdade é revelada para os escolhidos
Cristo arrombou os portais do inferno
Para tomar as chaves dele
Agora as chaves da morte e do hades
Pertencem ao único que é eterno
O inferno espera as forças demoníacas
Que procuram perverter a cruz
Queimando a destruição com fogo infernal
É o lugar de sua última batalha
Então
O que resta a ser dito
Inverta a cruz invertida
A inversão não é nada mais que uma mentira
Para cima ela deve estar
Não mais uma inversão
Mas um símbolo da vitória suprema.”
- Invert the Inverted Cross (Horde)
https://www.youtube.com/watch?v=qHYttTc4nMQ
A banda Horde não foi a única a e outras bandas continuaram o legado do Unblack Metal como as bandas Antestor, Crimson Moonlight e Vaakevandring. Estas últimas foram algumas das principais responsáveis por levar o gênero a outro patamar: Em vez de ser letras que apenas atacavam o anti-cristianismo, essas bandas compuseram letras de teor filosófico e ideológico, além de temas como arrependimento, conversão, salvação, fé, luta contra demônios e passagens bíblicas.

O site RoadieMetal listou algumas das principais bandas do cenário internacional. Sinta-se à vontade para buscar e ouvir:
- Cerimonial Sacred (BRA)
- Poems of Shadows (BRA)
- Ceifadores (BRA)
- Horde (AUS)
- Antestor (NOR)
- Admonish (SWE)
- Crimson Moonlight (SWE)
- Frosthardr (NOR)
- Holy Blood (UKR)
- Frost Like Ashes (USA)
- Kekal (INA)
- Vaakevandring (NOR)
- Exousia (MEX)
- Deborah (MEX)
- Blood Covenant (ARM)
- Fire Throne (POL)
- Slechtvalk (NED)
A partir, desse ponto começa minha opinião pessoal.
Devemos aceitar ou Rejeitar o Unblack Metal?
Assim como escrevi anteriormente, o assunto é extremamente polêmico. O Metal por si só, já é um gênero bastante discriminado e dentro de um cenário cristão, onde o pensamento conservador impera em grande parte das mentes, tornando-se comum vermos o estilo e principalmente seus ouvintes sendo vítimas de interpretações e pensamentos ignorantes.
Por ser um ouvinte de um estilo usualmente relacionado ao ocultismo e paganismo, muitas bandas e fãs enfrentaram forte rejeição dentro dos grupos religiosos.
Muitos grupos cristãos são responsáveis por grandes álbuns da música Heavy Metal e isso não pode ser simplesmente ignorado.
Penso que em qualquer cena musical, variada de qualquer gênero, o cristianismo deve ser aceito e incorporado. Cada um tem o seu próprio modo de pensar, agir e expressar o que sente. A música nasceu desta necessidade e isso inclui o sentimento cristão. É inaceitável que nós, como cristãos, julguemos e condenemos qualquer pessoa ou ritmo, principalmente os que engradecem o pensamento cristão.
A visão midiática criada há décadas de que “Rock é do capeta” já não se encaixa mais e precisa ser esquecida. Todo ritmo pode ser usado para atrair e espalhar a vontade de Cristo e não cabe a nenhum de nós, mortais, minimizar ou expurgar essa verdade.
por Gabriel Milanez